terça-feira, 17 de janeiro de 2012

E se

E se ninguém lembrasse
e se ninguém partisse
se não houvesse a morte
se só eu existisse

Se ninguém pensasse
se ninguém chorasse
e se ninguém sentisse?

Se fosse só engano
não há sentido no pranto
de viver vilipendiado
incompreendido
e descartado

E o cansaço
e se é só descaso divino
se o sol vem a pino
e depois morre por nada

E se ninguém acreditasse
se ninguém sentisse
se não houvesse a vida
e só Deus existisse

E se for por nada
e se tudo for quase nada
e se não vejo nada
e se ninguém visse

[Então]
O que eu vejo meu Deus?
é algo além
é aquém
é supérfluo
é irrelevante
é só coisa minha?

Essa fome é pra sempre?
é de quem?
entender é único
viver é único

o que há?
o que há meu Deus?
Há mesmo horizonte
há mesmo tempo?

Quem são todos esses?

O homem grande que sofre
o quão grande é
este homem?

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