domingo, 26 de janeiro de 2014

Sobre filmes

Eu adoro esses filmes franceses. São tão mais humanos.
Ultimamente, com essa onda de filmes de super heróis, notei que o cinema americano têm se prendido muito a efeitos especiais. Odeio esses filmes. Odeio esses filmes de 1 hora e meia. Odeio esses filmes com hora pra acabar, com roteiro limitado, cortado, com cenas curtas. Odeio essa perfeição dos personagens, a perfeição dos casais, a perfeição das cenas, os diálogos previsíveis, as frases de efeito ridículas. É tudo tão limpo que te afasta. 
Eu gosto de filmes que não têm pressa de acabar. Que se prolongam por duas, três, cinco horas. Que dão close no rosto dos personagens, na boca mastigando, nas mãos se tocando, nos olhos, nas lágrimas. Esses filmes sem preocupação com a perfeição, nos quais que as pessoas têm rugas, cabelo sujo e bagunçado, roupas gastas, dentes amarelos. Eu vejo beleza em um amor difícil, que não necessita de chuva nem aeroporto, mas que sobretudo existe em qualquer lugar. Eu adoro os diálogos demorados, com interrupção, bagunça, desentendimento. É tão mais próximo de quem assiste que você passa a se sentir mais humano. O filme entra em você, e você reflete sobre ele, e como aquilo te deixou frustrado, por que não terminaram juntos? Por que as pessoas são tão cretinas? E você sabe que é assim, que é verdade, que pode acontecer com qualquer um.
Eu acho que todos os filmes deveriam ser assim. Sem preocupação com a comercialidade da coisa. Eu detesto aquela sensação de assistir um filme e sentir que está incompleto, que deixou a desejar. Prefiro um filme que demore, que tome meu tempo, mas que explore tudo que seu tema pode oferecer e que me dê no que pensar ou no que sentir.
Assisti "Azul é a cor mais quente", que realmente fez do azul uma cor mais quente, mas que explorou absurdamente um lado emocional. A personagem mal fala do que sente, mas você entende o que ela está sentindo. Ela chora, e você não sabe bem porque, mas você a compreende. O filme tem quase 3 horas, e mesmo assim eu poderia ficar assistindo o dia todo, porque é uma história que prende, e que não hesita em mostrar detalhes, em se demorar nos diálogos, e filmar os defeitos das pessoas.
Olha, sensacional. Eu queria poder falar mais sobre ele, mas assisti só uma vez e isso me limita, infelizmente. Vou levar o que pensar depois disso. O amor e a vida são complicados.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A rainha

Prazer, sou a rainha
em época de nobreza decadente,
burguesia ociosa
e plebe alienada.

Prazer, sou a rainha
de terras devastadas,
campos em chamas,
cavalos em fuga.

Sou a rainha decadente
de mandos atrasados,
de displicência cega,
mas de fúria aterradora.

Sem moral,
sem partido,
sem Deus,
sou a rainha porque eu quis
e a mim Ele não concedeu poderes.

Sou a rainha com a cabeça raspada
de coroa,
de poder.

Então decai a nobreza,
vagueia a burguesia
e adormece a plebe.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Do que você tem medo?

Ou estou apenas lutando por uma coisa que realmente quero?
A pergunta não é o que tenho a perder, nem a resposta é o que tenho a ganhar. O universo quis, eu quero, é só isso, não é uma questão de consequências. Não sei bem o que está acontecendo.
Mas eu só quero que dê certo.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O fio de um balão

Acho que o segredo é ninar as aflições. Dê respostas aos outros e talvez encontre a sua. Talvez. A vida não é só ter respostas. A maior parte do universo sobrevive de um mistério incalculável. De vez em quando eu visito lá.
Escrever é um caminho que te faz sentir mais real. O fio de um balão. Daí o mistério não nubla sua existência.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

E tudo que consigo dizer é que meu sorriso precisa do seu

Eu simplesmente (ou complexamente) penso em você o dia inteiro. Você tira meu sono. Você entra no meu sono. Você é meu sonho. Nem acredito ainda que você é minha realidade. Eu sorrio a toa, canto a toa, faço tudo com uma leveza que não é minha de praxe. Foi você quem trouxe pra mim essa felicidade. E a agonia que é ficar longe de você me assusta. Dói mesmo, dói demais, é como ter o coração pesando o dobro de mim. Eu quis tudo isso. Os beijos, as brigas, os abraços, os problemas. Eu já sabia de tudo isso. Mas eu vejo sempre o amor abraçando tudo e eu queria que você entendesse isso também. E que tudo certo em brigar, que essas coisas não têm o poder de ralear um sentimento maior. Eu queria que você soubesse o encanto que você tem pra mim. Eu queria que você entendesse o que pode me fazer sentir. Eu queria que você pudesse olhar dentro de mim. Porque aí você entenderia o que quero dizer quando digo que tenho vontade de te abraçar inteira. É porque quero mesmo te abraçar inteira. Queria sentir cada molécula do seu corpo. Parece louco, mas é isso. É o seu efeito em mim. Eu acumulo planos e te dou o que acho de melhor nessa confusão de erros que eu sou, e só porque eu quero estar em alguma parte do seu coração. Um dia eu quero ter toda a sua atenção. Um dia eu vou conseguir ir com você até a dimensão lunar onde você vai naqueles seus momentos de distração eterna. E vou saber decifrar cada um dos seus pensamentos. Um dia eu vou com você pro País das Maravilhas. E vou amar ainda mais aquele seu olhar de quem espera uma resposta minha. E seus olhos que mudam de cor, e suas ruguinhas de sorriso. E quando você me chama pelo nome, e quando você me chama de amor. Todo momento brilha quando você me chama assim. Sempre. É um momento de infinito, desses infinitos que são maiores que todos os outros.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Odeio esquecer as palavras

De repente eu tenho um monte de folhas espalhadas pelo quarto, dentro das gavetas, em cima dos livros, mas nenhuma delas jamais foi lida por ninguém além de mim. De repente eu arrumei “inimigos”, o mundo se tornou um inimigo e eu não posso mais revelar o que sou com tanta naturalidade. Porque de alguma forma é preciso se fazer perceber como uma fortaleza inabalável. É preciso intimidar e é preciso parecer estável, porque se não o fizer o mundo te derruba. É um pensamento cretino, mas é um pensamento cretino que todos têm. É o instinto da sobrevivência.
Mas quer saber? Ninguém é tão invencível quanta aparenta ser. A insegurança é o mal do século. Estamos todos perdidos por aí, uns procurando se encontrar nos outros, mas ninguém se dá ao trabalho de realmente olhar pra fora. Ficamos enfurnados dentro de nós mesmos retocando os detalhes para a perfeição. Os outros estão aí só para lustrar nosso ego inseguro e instável.