segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Se o mar ainda dá pé

Quando chega o verão, menina? Quando chega outra estação? De luz, de Sol, de outro lugar, um bem maior por que lutar. Quando é que vem aquele vento bom, aqueles barcos brancos no mar nu onde eu possa me deitar? Quando é que eu posso ter a fé de que a maré vai virar, menina? E a calmaria, a ventania de libélulas, o fim de tarde iluminado, aquela vida de esperar coisas boas de todo lugar, de toda novidade se fazia festa e era bom acreditar em paz, em alegria, era bom acreditar que um novo dia ia chegar. E aquelas noites que eu não soube aproveitar, de grilos ninando o nosso sono, de frio de mato, de estrelas cadentes cortando uma imensidão de céu, que céu, menina! E a gente aqui sem saber sorrir, sem saber por que de nada. Por que em tamanha constelação só algumas estrelas caem? Por que observar o universo de astros coloridos em constante mutação se eu encontro o seu olhar e não sei ler seu coração? De onde vem tanta tristeza, menina? De onde vem a melancolia que pousa em seus olhos? E esses suspiros imensos, e essa falta aí no peito? Será que não tem jeito mais, de consertar a ilusão, de voltar à mão a vida mansa, de mudar a estação? Quando chega o verão, menina? Parece que nada é como se imagina, e como se quer, 'cê acredita em destino? Não sei dizer se esse mar ainda dá pé, mas é pra apontar pra fé e remar.

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