quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Déjà vu

Tudo é ruim e confuso na minha estadia mundana atual. Existirá algum tipo de vivência melhor além da realidade concreta que conhecemos? E se o mundo enfim chegasse ao seu triste fim, e de repente o Sol se fosse, os sinos de vento se sacudissem violentamente anunciando uma tempestade eterna - emitindo um som estranhamente agradável, diferente do que está por vir. Vejo o céu nublado, vejo faíscas, não! são como fotos velhas, riscadas e hachuradas. É uma chuva fina, e são gotas nos fios e nos varais. Vejo almas de fora, como se ainda fossem de dentro, e é encantador como ainda permanecem juntas mesmo que além. E um arco-íris, que embora seja uma aliança do nosso mundo com o mundo celestial, paira ali ironicamente ao fim dos tempos. Acabou-se a esperança, a humanidade perdeu sua carta branca, e agora o arco-íris tem outras cores, menos alegres, menos sugestivas. Um arco-íris sem Sol, uma coisa sem sentido, sem verdade, sem vivacidade, uma coisa certamente medonha. E o que tenho para enfrentar tal catástrofe? As almas que têm uma a outra viram anjos, e são belas, e se são tocadas elas sofrem, porque é um tipo de existência frágil e pura. Mas eu não tenho a paz aqui dentro, então a finitude me assola, o coração dói sozinho, e a alma teme caminhar sozinha. E tudo é relativo para quem não sabe o que quer, de modo que não sabe se poderá encontrar um par mesmo após o caótico fim. Como lidar com o fim se não espero que ele exista?
Engraçado, déjà vu.

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